sábado, 28 de agosto de 2010

O Dilema da Femivora - uma tradução

Hoje decidi traduzir um artigo do NYT, uma vez que ele traduz muito daquilo sobe o que tenho pensado, e conversado dentro de casa.
Ai vai o belo artigo que , espero, possa lhe inspirar.

The New York Times – Março 2010

O Dilema da Femivora

por PEGGY ORENSTEIN

Quatro mulheres que eu conheço - nenhuma das quais conhece uma à outra - estão construindo galinheiros no quintal. Desnecessário dizer que elas também cultivam produtos biológicos: a minha cidade, em Berkeley, Califórnia, é o Vaticano do locavorismo, a igreja oficial de Alice Waters. Hortas domésticas aqui são um dado tão comum como água encanada. Mas galinhas? Isso eleva a aposta. Aparentemente, já não é o suficiente saber o nome da fazenda de onde seus ovos vieram, agora você precisa saber o nome da ave que os produziu.

Todas essas meninas – chocando as crias - são mães que ficam em casa, mulheres altamente educadas que deixaram o mercado de trabalho para cuidar de amigos, maridos e filhos. Eu não acho que seja uma coincidência: o dilema do onívoro desembocou em uma saída inesperada da situação feminista, uma maneira pela qual as mulheres podem abraçar o lar sem se tornar Betty Draper. "Antes disso, eu sentia como se minhas escolhas fossem entre quebrar o teto de vidro ou aceitar a gaiola dourada", diz Shannon Hayes, uma pecuarista organica do norte do Estado de Nova York e autora do livro "Radical Homemakers", um manifesto para as feministas "de forno e fogão", que foi publicado no mês passado.

Hayes demonstra que o “problema original que não tinha nome" era tão espiritual quanto econômico: o mal-estar que dominou a vida das donas de casa de classe média presas em uma vida dividida entre correrias e compras. Uma geração, e muitas ações judiciais, mais tarde algumas mulheres encontraram sentido e poder através de um emprego remunerado. Outras apenas encontraram uma nova fonte de alienação. O que fazer? Os ganhos dos afazeres domésticos não tinham mudado - um risco aumentado de depressão, uma inutilidade sem sentido, dependência econômica em relação ao marido - só que agora, elas tinham o que era considerado uma "escolha": se você se sentia presa, era sua própria culpa. Além do mais, poderiam com razão argumentar as donas de casa de hoje, o cuidado do lar é desvalorizado em uma sociedade que mede o sucesso de uma pessoa pelo tamanho do contracheque, e onde seu papel se torna possível possível graças ao tamanho do contracheque de seu marido. Dessa forma, elas se viram presas em um movimento pendular interminável.

Entra em cena o galinheiro.

O femivorismo está fundamentado nos mesmo princípios de auto-suficiência, autonomia e realização pessoal que levou as mulheres para o mercado de trabalho em primeiro lugar. Dado o quão consciente (para não dizer obsessivo) tornou-se para todos saber sobre a origem dos alimentos - quem nestes dias não se mostra entusiasmado com compostagem? - a prática também confere legitimidade instantânea. Mais do que incorporar os limites de um movimento, as femivoras expandem os limites de outros: alimentação de suas famílias com alimentos saudáveis e saborosos, reduzir a sua pegada de carbono, produzir de forma sustentável, ao invés de consumir desenfreadamente. O que poderia ser mais vital, mais gratificante, mais moralmente defensável?

Há ainda um argumento econômico para a escolha de ninhos literais ao invés de figurados. A sabedoria feminista convencional sustentava que duas fontes de renda eram necessárias para fornecer as necessidades básicas de uma família - para não mencionar a proteção contra a perda do emprego, doença catastrófica, o divórcio ou a morte de um cônjuge. As femivoras sugerem que saber como se alimentar e vestir-se independentemente da circunstância e saber transformar a escassez em abundância, constitui uma rede de segurança igual – e talvez maior. Afinal, quem está melhor preparada para resistir a esta economia, a mulher de alto ganho que perde o emprego ou a dona de casa frugal que pode contar com suas galinhas?

Hayes consideraria os esforços dos meus amigos como admiráveis, se fossem parte de uma transição. Seu objetivo é maior: a renúncia da cultura de consumo, um retorno (ou talvez um avanço) para um tipo de preindustrialismo moderno no qual a casa é auto-sustentável, o centro do trabalho e sustento para ambos os sexos. Ela entrevistou mais de uma dúzia de famílias que estavam desenvolvendo esta forma de vida. Eles ganhavam uma média de 40 mil dólares anuais para uma família de quatro pessoas. Elas faziam conserva de pêssegos, recheavam linguiças, cultivavam couve, faziam sabão. Alguns evitavam seguros de saúde, e a maioria educa seus filhos em casa. Isso, creio, é um pouco mais além do que a maioria de nós estamos dispostos a ir: soa um pouco como ser Amish, exceto que com um carro (não mais de um, naturalmente) e uma agenda política verde.

Depois de falar com Hayes, corri para pegar minha filha na escola. Assim como corri para fazer um jantar rápido de quesadillas e ervilhas congeladas orgânicas, e me encontrei com o meu pensamento à deriva de volta à nossa conversa, ela levantou questões sobre a natureza do sucesso, satisfação, sustento, realização, comunidade. O que constitui "o suficiente"? Qual é a minha obrigação para com os outros? O que eu quero para o meu filho? A minha casa é o motor do materialismo ou um refúgio contra ele?

Eu compreendo a paixão por uma vida que é feita, e não comprada. E quem resiste ao apelo de trabalhar a terra? É como que uma parte integrante do caráter deste país, assim como à sua própria maneira o Wal-Mart também. Minhas amigas femivoras pode nunca fazer mais do que se esparramar na agricultura de quintal - mantendo um casal de galinhas, alguns coelhos, talvez uma ou duas colméias - mas elas ainda estão transformando a definição do que seja uma dona de casa: de algo que é menos sobre sujeira e mais sobre o solo, menos sobre aromatizador de ambientes e mais sobre um ambiente de ar fresco. Sua ação para o incremento da cultura das crianças vai além de uma carona para a próxima aula de reforço de matemática.

Estou tentada a denominar isso de "precioso", mas essa palavra tem variações de significado. Mas, novamente, até que pode ser apropriado. Hayes concluiu com a opinião de que, sem um propósito maior – ativismo, o ensino, a criação de um negócio ou a sua saída da casa - o entusiasmo das mulheres para as artes domésticas, eventualmente sucumbiria, especialmente se seus maridos não estiverem igualmente envolvidos. "Se você não entrar nessa como uma relação verdadeiramente igualitária", ela avisou: "você está criando uma situação perigosa. Pode haver perda de auto-estima, perda da alma e uma incapacidade para retornar ao mundo e ter estrutura. Você pode começar a imaginar, 'Para que é isso tudo?" Foi uma litania des para concertantemente familiar: se uma mulher não tomar cuidado, ao que parece, a cerca do galinheiro pode servir enjaula-la como certamente qualquer gaiola dourada o faria.

Peggy Orenstein, contribui como escritora no TNYT, é autora de "Esperando por Daisy", um livro de memórias.

O artigo original pode ser lido clicando aqui

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Querida Dorothy ... Como eu sinto pela vida...


Este parágrafo é uma expressão perfeita do que eu sinto a respeito da vida neste momento da minha jornada.

Que o Inferno (de Dante) é um retrato da sociedade humana em estado de pecado e corrupção, todos prontamente concordam. E uma vez que estamos hoje muito bem convencidos de que a sociedade está em um mau caminho, não necessariamente evoluindo no sentido da perfectibilidade, chamos fácil o suficiente reconhecer as várias fases pela qual a profundidade da corrupção é atingida. Futilidade, a falta de uma fé viva, a deriva para a frouxidão moral, o consumo voraz, a irresponsabilidade financeira e o mau humor descontrolado, um individualismo presunçoso e obstinado, a violência, a esterilidade e a falta de reverência pela vida e pela propriedade, incluindo a própria; a exploração do sexo, a degradação da linguagem pela publicidade e propaganda, a comercialização da religião, a cafetinagem da superstição e o condicionamento da mente das pessoas por meio da histeria em massa e dos "encantamentos" de todos os tipos, a venalidade e nepotismo nos assuntos públicos , desonestidade e hipocrisia nas coisas materiais, a desonestidade intelectual, o fomento da discórdia (de classe contra classe, nação contra nação) pelo que se possa tirar de proveito, a falsificação e a destruição de todos os meios de comunicação, a exploração dos mais baixas e estúpidas emoções de massa; traição mesmo aos fundamentos de parentesco, de nação, do amigo escolhido, e da fidelidade prometida: estas são as fases por demais conhecidas, que levam à fria morte da sociedade e à extinção de todas as relações civilizadas.

Surpresa... Este parágrafo foi escrito por Dorothy L Sayers, em 1954...

As coisas vem piorando desde então...

Dear Dorothy ... How I feel about life


This Paragraph is a perfect expression of what I feel about life at this point of my journey.

That the (Dante's) Inferno is a picture of human society in a state of sin and corruption, everybody will readily agree.And since we are today fairly well convinced that society is in a bad way and not necessarily evolving in the direction of perfectibility, we find it easy enough to recognise the various stages by which the deep of corruption is reached. Futility; lack of a living faith; the drift into loose morality, greedy consumption, financial irresponsibility, and uncontrolled bad temper; a self-opinionated and obstinate individualism; violence, sterility, and lack of reverence for life and property including one’s own; the exploitation of sex, the debasing of language by advertisement and propaganda, the commercialising of religion, the pandering to superstition and the conditioning of people’s minds by mass-hysteria and ‘spell-binding’ of all kinds, venality and string-pulling in public affairs, hypocrisy, dishonesty in material things, intellectual dishonesty, the fomenting of discord (class against class, nation against nation) for what one can get out of it, the falsification and destruction of all the means of communication; the exploitation of the lowest and stupidest mass-emotions; treachery even to the fundamentals of kinship, country, the chosen friend, and the sworn allegiance: these are the all-too-recognisable stages that lead to the cold death of society and the extinguishing of all civilised relations.
Surprise ... it was not writen by me , but in 1954 by Dorothy L. Sayers.
Dear Dorothy... things became worse since then...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sustainable Food: Earthen Path Organic Farm (video)

This post has a lot to do with what I have been discussing with a group of friends.

I hope this can help you to have a clearer idea of how local, small, family based, not-following-the-business-logic-and-principles is the alternative to what the administered society and business mindset has provoked to the world.

Enjoy this very interesting post that I have copied from CUPS.

Oak Center, Minnesota. You might say organic farmer Steven Schwen plows a different path through life; one built of a strong connection to the land, without many of the trappings we normally would associate as necessities of modern living.

It was a deliberate choice that he made. Schwen believes that we, as a society, have been lured down the path of consumerism, and profit, at the expense of the environment and of our souls. “I think it’s important for people to understand that we are all connected to land and labor… When I started out, I thought I’m going to change the world. And all of those people who went back to the land who are still doing this, we are going to do something to change this world. And you know, we are helping shape people’s thinking but I think there has been a lot of resistance because of the comfort levels that material security has been providing people. People have been saying, yeah, I want to do that someday. But circumstances are becoming such that people will not have those choices anymore, and people realize that.”

Steven Schwen was not born into farming, and in fact, first went to medical school before realizing it was living a more sustainable existence that he needed to pursue.

…”I guess I grew up in the country, and my family lived a mile and a half out of town. I spent my childhood looking under logs to see what lived there and running around in the woods, and just animals and nature were my life.”

His parents recognized his early love of nature, especially of bugs, and suggested it could lead to a career in science, and so they encouraged him to become a doctor. But Schwen later discovered that the concept of general practitioner that he had growing up, the country doctor that paid house visits, was quickly becoming a thing of the past.

Upon graduating college in the early 1970’s, Schwen developed a vision of a sustainable world based upon the model of an agrarian society: small towns, local economies, and more people on the land. It was the only vision he could imagine that presented a lifestyle without the need for oil. During our interview, Schwen asks, “You know what one family can do with a team of horses, or with their own labor”?